Lideranças da cadeia suinícola fazem análise do mercado

A suinocultura brasileira tem obtido bons resultados no primeiro semestre de 2019. Isso, principalmente, pela alta demanda da China – em decorrência dos casos de peste suína africana –, além da queda nos custos de produção. Agora, a expectativa é que este segundo semestre seja ainda mais positivo para o setor. Pelo menos, é essa a avaliação de algumas lideranças da suinocultura nacional. A equipe do O Presente Rural ouviu o que esperam alguns agentes do setor para estes próximos seis meses de 2019.

A expectativa do presidente da Associação dos Suinocultores do Vale do Piranga (ASSUVAP), Fernando Araujo, é muito boa. “Viemos de um período de crise no setor, com a saída da Rússia das exportações de carne. Mas agora, com o surto de peste suína africana na China e o aumento das exportações e dos preços tem feito com que um efeito cascata acontecesse e assim levando uma melhor lucratividade para o setor”, avalia. Além do mais, a demanda do mercado interno também vem aumentando, lembra. “O que estamos vendo é um mercado físico de valorização elevada nas últimas três semanas e o mercado rme para os próximos meses”, comenta Araújo.

Quem também está com esta visão otimista é o produtor e vice-presidente administrativo da Associação Sul Motogrossense de Suinocultores (ASUMAS), Celso Philippi Junior. “Se você olhar hoje, a margem da suinocultura de dois meses para cá virou totalmente. Existe essa perspectiva positiva não somente para o próximo semestre, mas também para os próximos dois ou três anos”, arma. Para ele, essa alta demanda de carne que existe no mundo é uma oportunidade de mercado que o Brasil deve explorar. Philippi acrescenta ainda que é sabido pela cadeia que o segundo semestre geralmente é superior ao primeiro. “Tradicionalmente a variação no preço da carne suína, em detrimento dos custos de produção, principalmente do milho, traz evidentemente um cenário mais positivo. Mesmo assim é necessário termos cautela”, avalia.

De acordo com o presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS), Valdecir Folador, o problema com a peste suína pelo qual a China, assim como outros países, vem passando, tem trazido um movimento positivo para as carnes e o Brasil tem aproveitando isso, uma vez que é um grande produtor e exportador de proteína animal. “Isso vem movimentando o mercado, fazendo com que, principalmente, o setor de suínos reagisse bem. O mercado reagiu fortemente nos últimos 60 dias e a tendência é que os preços também tenham uma melhora. Então, juntando o bom preço do suíno, com um custo de produção adequado, pela queda do preço do milho, a análise que eu faço para a suinocultura é de que será um ano bom, positivo, com as exportações em alta, dando condições de que haja dinheiro dentro da cadeia produtiva e que esses valores cheguem ao produtor”, afirma.

Folador diz que 2019 é um ano positivo, de ganhar dinheiro, mas também de o produtor fazer análise e não crescer demasiadamente. “Temos que ter um crescimento escalonado, conforme a demanda do mercado. Mesmo que as previsões e projeções de recuperação do mercado chinês sejam a longo prazo, é importante que mantenhamos o equilíbrio e os pés no chão para que possamos aproveitar ao máximo essa fase boa do mercado e possamos trazer tranquilidade e segurança econômica para o setor, especialmente os suinocultores”, conclui

Fonte: O Presente Rural