Em uma agenda positiva, o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, apresentou à nova dirigente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Tereza Cristina, as prioridades dos produtores de suínos no que tange a Pasta para o ano de 2019. A audiência com a ministra aconteceu na sede do MAPA, em Brasília (DF), na última sexta-feira (25), e contou com a presença do secretário de Defesa Agropecuária da Pasta, José Guilherme Leal, além da equipe técnica e política da ABCS.
Sanidade
Como prioridade, o presidente da ABCS destacou a defesa sanitária, com o foco na saúde animal e biosseguridade nas granjas e frisou a necessidade de trabalhar políticas públicas para erradicar a Peste Suína Clássica (PSC) e ampliar a vigilância ativa para a Peste Suína Africana . Para a PSC precisamos a curto prazo definir ações em conjunto que visem o saneamento dos focos da doença no Ceará, e a erradicação da PSC na zona não livre. Para Lopes, também é essencial a liderança do MAPA, visando intensificar a criação dos fundos privados de defesa sanitária para todos os estados, pois temos um grande desafio até 2026 com a retirada da vacina da aftosa nos diferentes estados, como parte do Plano Estratégico do Programa Nacional da Febre Aftosa. Precisamos estar melhor preparados para ações mais efetivas no que se refere às emergências sanitárias, que necessitam de recursos desburocratizados, como em situações de focos de doenças emergenciais. Fazer a gestão destes Fundos no Brasil, é essencial, sendo uma ação proativa e que prevenirá possíveis desgastes na produção nacional e no comércio internacional”. Tereza Cristina garantiu que marcará uma reunião com o setor privado e as entidades de classe para debaterem o tema em conjunto e assim chegar a um consenso que atenda ao setor.
Bem-estar animal
Já a diretora técnica comercial da ABCS, Charli Ludtke, explicou que as inovações tecnológicas constantes na forma de produzir exigem crédito ao produtor rural para adaptar suas granjas e lembrou que uma das linhas de crédito do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) mais procuradas para inovações na área de sustentabilidade e bem-estar animal é o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (INOVAGRO). “Hoje a linha não pode ser utilizada para fazer reformas civis e estruturais nas granjas, sendo que muitas tecnologias e procedimentos de manejo, especialmente de bem-estar animal, envolvem estas adequações. Sendo assim, pedimos a revisão e alteração para permitir que sejam feitas reformas, e não apenas novos projetos e compra de máquinas. Além disso, é preciso rever o limite de crédito (individual e coletivo), pois não sofreu atualizações desde a criação do Programa INOVAGRO”. Em resposta, a Ministra disse que irá avaliar a demanda, pois o PAP 2019/2020 ainda está em construção.
O tema Bem-estar animal (BEA) também é prioridade para ABCS e por isso o presidente da entidade pediu a celeridade na publicação da Instrução Normativa de BEA finalizada em 2018 e organizada pelo Departamento de Desenvolvimento das Cadeias Produtivas e da Produção Sustentável do MAPA. Lopes explicou que ABCS participou da construção da norma e acredita que a mesma seja fundamental para trazer segurança jurídica para as granjas que ainda estão no processo de adequação e transição. “A norma dará o prazo de 25 anos para as granjas antigas adequarem os sistemas de alojamento de matrizes (gaiolas individuais para a gestação coletiva), além de aprimorar a adoção das boas práticas e do bem-estar animal e orientar o produtor no processo de adequação da sua produção, ou seja, ela é de cunho orientativo e não punitivo”, esclareceu Marcelo Lopes. Tereza respondeu dizendo que vai verificar como está a tramitação da norma dentro da Pasta e afirmou que buscará trazer maior segurança jurídica aos produtores de suínos, evitando assim possíveis notificações ou punições, como as que ocorreram em 2018 por falta de normas.
Abertura de novos mercados
Com o objetivo de abrir novos mercados para a carne suína, a ABCS também solicitou para que a nova gestão do MAPA priorize ampliar a habilitação de plantas frigoríficas de médio porte, que tem capacidade de atender as exigências de compradores internacionais para a carne suína. Sendo necessário um trabalho em conjunto da Associação com o MAPA, visando a preparação destas plantas que abatem suínos. Lopes explicou à ministra que atualmente 85% da produção nacional é destinada ao consumo interno já o excedente que não é exportado tem impactos diretos no valor do suíno no mercado interno e na rentabilidade do produtor rural. “Quanto mais exportamos, maior os incentivos para o desenvolvimento da produção nacional e manutenção dos produtores de suínos na cadeia”. Para a ministra o pleito é extremamente relevante. “Temos que trabalhar para novos frigoríficos exportarem sim, mas atendendo todos os requisitos de qualidade, tanto no mercado interno, quanto no mercado internacional, seja planta pequena, média ou grande, pois nosso objetivo é atender os consumidores e mantermos os importantes mercados”.
Tereza Cristina é oficialmente convidada para participar do SNDS
Ao final da reunião, o presidente Marcelo Lopes entregou o convite do Seminário Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (SNDS) edição 2019 à ministra Tereza Cristina, que agradeceu e já reservou a data em sua agenda. Além da dirigente da Pasta, o presidente convidou também o secretário de Defesa Agropecuária do MAPA, José Guilherme Leal, que já confirmou a presença.
Durante a entrega dos convites, Lopes destacou que a presença do Ministério da Agricultura no principal seminário da suinocultura brasileira é essencial para apresentar às lideranças do setor as atividades da Pasta além de fomentar as parcerias que existem entre a entidade nacional e governo. “A ABCS sempre trabalhou em parceria com o poder executivo, por isso fazemos questão da presença dos secretários e, claro, da Ministra no SNDS 2019, pois durante o Seminário serão apresentados os trabalhos realizados pela Associação em conjunto com o MAPA e que beneficiam diretamente a granja do produtor, ou seja, a atuação política em Brasília impacta diretamente no negócio do suinocultor”.
Fonte: ABCS