Inteligência Artificial pode reduzir em até 6% pegada de carbono na suinocultura

Uso da tecnologia pode ajudar na nutrição e diagnósticos de suínos em granjas

Foto: Geliel Oliveira / Agro Agência Assessoria

Uso de novas tecnologias e da Inteligência Artificial na suinocultura marcaram o segundo dia do III Simpósio Abraves/MS, que reuniu 380 pessoas, nos dias 20 e 21 de setembro, em Campo Grande. Durante o evento a palestrante e zootecnista, Inês Andretta, ressaltou como a “IA”, ajudou o setor a reduzir em até 6% a pegada de carbono. Segundo ela, a mudança veio como uma alimentação mais eficiente dentro das granjas.

“Usando dados gerados com o auxílio da inteligência artificial, para alimentar o suíno de maneira mais precisa, entregando peso e consumo o resultado foi 6% menor na pegada ambiental. O animal mais eficiente, come menos, ele está usando menos recursos, essa ração precisou de caminhão para ser transportada, ela precisou de uma fábrica, enfim, tudo isso são gastos que vão compor o custo ambiental da ração, não só o custo econômico. Se a gente produz o mesmo suíno com menos recursos, somos mais eficientes”, explica.

Ainda segundo a zootecnista o uso da tecnologia e da IA, pode ajudar no diagnóstico de doenças e desafios dentro da granja. “A gente tem usado a inteligência artificial para diagnosticar os desafios sanitários através do comportamento alimentar. Quando o animal está comendo tem tantos padrões que a própria IA nota e acaba gerando esses alertas pra gente olhar o animal antes dele realmente ficar doente ou de qualquer outra complicação”.

Esse avanço foi o foco de discussão nas palestras e tema de interesse para os demais palestrantes, Segundo Vivian Palmeira, auditora fiscal federal agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária, a alimentação que já é um fator fundamental para a suinocultura carrega outra responsabilidade nas costas, a aplicação de medicamentos.

“Na suinocultura a introdução de medicamentos é majoritariamente feita através da alimentação pela facilidade da administração, já que fazer o mesmo processo via água nem sempre é viável e necessita de mais controle, já que alguns medicamentos podem ser misturados a água, esse cuidado com a aplicação e com a alimentação protege o consumidor e a balança comercial do Brasil.”

O evento é um reflexo do crescente interesse e investimento em tecnologia na suinocultura, à medida que a indústria busca atender à crescente demanda por carne suína de alta qualidade e produção responsável.

Texto: Geliel Oliveira / Agro Agência Assessoria